A atriz Cleo Pires (ou apenas Cleo, como prefere ser nomeada) não é a primeira e nem será a última a sofrer ataques nas redes sociais por estar acima do peso.

Isso deveria ser normal em uma Era Digital em que todos têm vez e voz? Certamente, não. Nesse último domingo, em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, a artista desabafou sobre os ataques e sua compulsão, que a fez ganhar 20 kg.

Aos 37 anos e dona de uma carreira brilhante, também é filha de nomes estrelares: Glória Pires e Fábio Jr. E sempre buscou em seu jeito despojado de ser também levar a vida pessoal, como em momentos marcantes de suas entrevistas ao falar de intimidades sexuais.

Por conta disso, garante que não deixará que essas críticas ganhem de seu bom humor. “Não é justo, não é certo, não vou deixar isso acontecer”.

Para ela, aparência é só uma questão de “carcaça”. Mesmo que tenha ganhado o posto de símbolo sexual durante várias vezes, sua essência e até mesmo sua capacidade como profissional não irão se abalar por isso. “Teve momentos que eu tinha medo. Tinha vergonha de ir para os lugares. Quando parei para pensar: ‘Por que eu tenho tanta vergonha?’. Era porque as pessoas estavam falando de mim desse jeito. Você fica mais compulsiva, come mais, parece um pesadelo. Não é certo, não vou deixar fazerem isso comigo”.

Falando mais sobre “body shaming”

A expressão, em português, significa “vergonha do corpo”. Ou seja, é a prática de atacar alguém verbalmente por conta da forma física, geralmente pelas redes sociais.

“As princesas são o primeiro exemplo que meninas querem imitar, um ideal impossível com sua juventude e padrão de beleza inalcançável. A pressão estética, devido a padrões de beleza inacessíveis, fazem com que as mulheres se  sintam pressionadas a buscar a beleza ‘ideal’, afinal, só assim se sentirão bonitas, confortáveis com o próprio corpo e aceitas na sociedade”, ressalta a psicóloga e coach Rosangela Sampaio.

A publicidade, as tendências e moda exercem suas influências e nos vendem a ideia de que o nosso objetivo deve ser perseguir o corpo perfeito e valorizarmos o nosso físico, não a nossa maneira de ser e o nosso comportamento.

“Mas sabemos que o nosso maior bem está em nosso interior mais profundo. Se estivermos certos disso, seremos muito menos vulneráveis a quaisquer críticas e à percepção que temos de nós mesmos”, lembra o psicólogo Renato Pengy.

O praticante do body shaming é o que atualmente chamamos de “pessoas tóxicas” e, infelizmente, estão em todos os lugares. E o pior: a facilidade da internet potencializa a ação.

Rosangela Sampaio separou 3 dicas para que as pessoas se blindem desses ataques:

  • Traga à tona o que você tem de melhor;
  • Isole os eventos negativos ao invés de generalizá-los;
  • Exercite o autocontrole, pois reagir de forma emocional às contrariedades é uma maneira de aumentar o estresse.

Cleo durante entrevista ao Fantástico, Rede Globo, dia 29 de setembro