Especialista em ambientes psicologicamente saudáveis, Paulo Alvarenga diz que é preciso entender os cinco estágios de luto para conseguir sair desse estado
Nos últimos 4 meses, lemos ou assistimos notícias sobre o índice de empresas e negócios que faliram. Tão habitual e real quanto a insolvência econômica, apesar de pouco debatida, é a falência emocional.
Como será que essas pessoas que perderam seus empregos, negócios e renda ou, até mesmo, as que não fazem parte desse cenário, mas que também vivem a crise, estão fazendo para sobreviver emocionalmente a esse período de insegurança e incerteza? O especialista em ambientes psicologicamente saudáveis e escritor dos best-sellers “Atitude que te move” e “Dance com os Seus Medos” dá dicas de como superar esse momento difícil e direcionar os seus esforços para o futuro.
“O primeiro passo é entender qual é o significado da palavra falência, que em nosso imaginário é sempre povoada pela esfera financeira, pela “quebra”, ruína, fracasso, decadência de algum negócio.E para que você entenda de maneira objetiva, vou usar essa analogia do mundo dos negócios, que faz parte do nosso imaginário, para você assimilar o que é Falência Emocional.Trabalho com CEOs e grandes organizações no Brasil há mais de 20 anos e, geralmente, quando uma empresa decreta falência, o principal motivo é porque a taxa de mudança externa dessa organização é maior do que a taxa de mudança interna. Ou seja, quando as mudanças no ambiente são maiores do que as mudanças de cada indivíduo, ela está fadada ao fracasso e à falência.Porque o mundo, o mercado, o posicionamento, tudo está mudando e, se a empresa não muda os seus processos, valores, posicionamento, tecnologia, ficará designada à falência.E quando olhamos para nós, podemos imaginar a mesma situação”, pontua o mentor.
Alvarenga destaca que estamos no meio de uma crise sem precedentes, vivenciando inúmeras mudanças em um curto espaço de tempo e tendo que lidar com todo tipo de sentimento e emoção: ansiedade, medo, frustração, raiva, vazio, oscilação de humor, impulsividade..
“Por isso, da mesma forma como acontece nas organizações, se a taxa de mudança externa for maior do que a taxa de mudança interna, esse indivíduo está predisposto a viver uma Falência Emocional. Se você se torna uma pessoa rígida, que não se adapta, que segue apenas as próprias regras, que é obsessivo por emoções e pensamentos negativos, vai chegar um momento em que você vai nutrir apenas emoções desgastantes”, explica o coach.
Ele diz que esse sentimento de falência emocional está diretamente conectado à nossa carência e necessidades emocionais.
E quando o indivíduo decreta falência emocional, ele está num forte estágio de sobrevivência, literalmente, lutando para sobreviver. Ele não consegue nutrir boas emoções e se percebe sempre sem direção, ansioso, com medo, o que intensifica ainda mais essas emoções, levando a casos de depressão, síndrome do pânico, burnout…
O empresário diz que para sair desse estado de Falência Emocional é preciso entender e respeitar os 5 estágios de luto. São eles: negação, raiva, tristeza, barganha e aceitação.
Primeiro estágio: negação
“É nesse estágio que a pessoa mais sente e nega que chegou à falência emocional. Existe muita confusão, choque e um medo excessivo. E faz parte negar, evitar e reagir com oposição à esse sentimento de falência”
“É importante respeitar esse processo, principalmente, num momento forte de crise, mas tendo consciência de que isso vai passar. A dor existe, e ficar preso ao sofrimento e a negação é uma questão de escolha. Mas passar por esse estágio faz parte da vida”.
Segundo estágio: raiva
“Nesse estágio, a pessoa entra num processo de irritação, frustração, muita raiva e ansiedade e, assim como no estágio de negação, é preciso reconhecer que a raiva também é uma emoção que existe e que faz parte da nossa vida”.
“A diferença está em quanto tempo a pessoa foca e permanece nisso, Se ela fica obsessiva em sentir raiva, ou, presa a situação que ocasionou isso, consequentemente ficará cada vez mais num estado de falência emocional. É muito importante respeitar cada estágio, mas reconhecer que é preciso avançar”.
Terceiro estágio: tristeza
“O terceiro estágio, na maioria das vezes, é o lugar em que as pessoas só conseguem focar na perda, e isso gera um desgaste profundo. Quando por exemplo, se perde alguém, o emprego, uma oportunidade, um estado emocional.. e para esse indivíduo o único caminho é enxergar a perda, como se não houvesse outra saída”
“Falta disposição, falta vontade, é como “jogar a toalha”. A pessoa não tem força para brigar, discutir, não se posiciona, é uma crise de energia”.
Quarto estágio: barganha
“É nesse estágio que a pessoa começa a lutar para encontrar um novo significado além da falência emocional. É a grande virada e é quando ela começa a se preparar para sair disso. Ela quer contar uma nova história para si mesmo, quer trocar de experiências, de estado emocional, e isso gera um novo significado interno”
“Nessa luta, ela começa a ter mais clareza de que é possível vencer a falência emocional, e é quando ela entra no último e quinto estágio, o de aceitação”.
Quinto estágio: aceitação
“Aqui, o indivíduo percebe claramente que passou por um processo de falência emocional e, por aceitar isso, consegue colocar um novo plano em ação. No estágio de aceitação é quando ele se move, é quando ele consegue colocar com vigor um plano em ação para realmente sair do estado de falência emocional”.
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