Em 28 de março, às 18h, serão exibidos Imilla (2018), de Mayra Arasy; e Nossas mãos são sagradas (2021), de Júlia Morim; iniciativa difunde a produção cinematográfica dos povos originários

Dois curtas-metragens dirigidos por mulheres indígenas integram a programação do Cineclube TAVA, iniciativa do Museu das Culturas Indígenas (MCI) para a difusão da produção cinematográfica dos povos originários. As produções Imilla (2018) e Nossas mãos são sagradas (2021) serão exibidas em 28 de março, às 18h, e contará com a participação de Mayra Arasy, diretora de Imilla, para um bate-papo com o público. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

O curta-metragem Imilla (2018) acompanha a rotina de uma mulher transgênero na Província de Jujuy, na Argentina, que durante a década de 1980 é convocada para o serviço militar obrigatório. “Imilla” é uma palavra procedente da língua aimará, cujo significado em castelhano significa “menina” ou “jovem indígena”.

Na sequência, Nossas mãos são sagradas (2021), de Júlia Morim, mostra o encontro entre parteiras e aprendizes do povo Pankararu, em Pernambuco, que apresentam sentidos, relações e elementos que constituem esse ofício. Para as mulheres Pankararu trazer novas vidas ao mundo por suas mãos envolvem dom, coragem, respeito e ancestralidade.

Após as exibições, Mayra Arasy, indígena do povo Colla (ou Kolla), diretora e produtora de cinema, contará relatos sobre sua trajetória e curiosidades sobre seu curta-metragem. Imilla foi premiado em festivais internacionais de cinema e exibido em países no Peru, México, França, Espanha, Noruega, Alemanha, Guatemala, Argentina, Uruguai.

PRODUÇÃO AUDIOVISUAL INDÍGENA

E para conhecer mais, o Museu das Culturas Indígenas preparou uma lista de produções de cineastas indígenas que mostram a diversidade e cultura de diferentes povos. Conheça algumas das obras:

  1. As hiper mulheres (2011)

Dirigido por Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro, o filme conta a história de um homem que, ao temer a morte da esposa, pede que seu sobrinho realize o jamurikumalu, maior ritual feminino do Alto Xingu, para que ela possa cantar uma última vez.

  1. Tekowe Nhepyrun: a origem da alma (2015)

Na Aldeia Yhowy, em Guaíra (PR), os mais velhos compartilham conhecimentos sobre o modo de ser Guarani. Os depoimentos, dirigidos por Alberto Alvares, mostram que a alma é a conexão entre o corpo e o espírito.

  1. BIMI, SHU IKAYA (2019)

Isaka Huni Kuin, Siã Huni Kuin e Zezinho Yube registram a história de Bimi, a primeira mulher indígena do povo Huni Kuin a organizar sua própria aldeia, atividade até então exclusiva dos homens. Com uma personalidade forte e determinada, ela desenvolve vários papéis em seu novo território, como pajé de cura e detentora de saberes ancestrais do povo Huni Kuin.

  1. Caçando Capivara (2009)

Um grupo de caçadores Tikmũ’ũn inicia uma jornada em busca de capivaras e contam com a ajuda dos yãmiyxop (povos-espíritos com os quais possuem uma aliança). A produção foi realizada pela comunidade Maxakali, da Aldeia Vila Nova, em Minas Gerais.

  1. Manoá, a lenda das Queixadas (2000)

Carlos Papá Mirim e José Alberto Mendes dirigem este curta-metragem de ficção que conta a história de um jovem pai Guarani, Djekupe, que resolve caçar mesmo contra os protestos de sua mulher. Na mata,

encontra três mulheres indígenas que prometem levá-lo à terra sem males (yvy marã e’y em Guarani), onde não há fome, guerras e doenças.

SERVIÇO

Cineclube TAVA: “Imilla” e “Nossas mãos são sagradas”

Data e horário: 28/03, às 18h

Entrada gratuita com retirada de ingresso no site