Ator, cantor, apresentador e chef de cozinha, dono de múltiplos talentos, Esdras de Lúcia vem há anos conquistando um espaço importante no mercado artístico.
Seja em publicidades, eventos de culinária ou nos palcos, Esdras arrebata a todos com sua personalidade, assim como fez em sua participação no reality musical “The X Factor Brasil”, quando cantou “Somebody to love” da banda Queen, e levou os jurados do programa ao delírio.
Conversamos com Esdras, para saber mais detalhes sobre sua carreira e seus projetos para o futuro, confira:
Você já participou de um reality musical na TV aberta, como foi essa experiência?
Sim, participei 2 vezes ambas experiências trouxeram muitos aprendizados e também muitos questionamentos, por exemplo, sobre a valorização da arte e cultura. Por que será que os realities, ao invés de valorizar o artista acabam enaltecendo o sistema capitalista? E com isso vamos nos distanciando do que realmente importa, mostrar o que temos de melhor, a paixão pela cultura brasileira e o legado que podemos deixar para as próximas gerações.
E ainda continuo me questionando até quando vamos fechar os olhos para a valorização da nossa cultura que é tão rica em sua essência?! Qual o sentido de participar de outro reality e não ser reconhecido pelo seu próprio país? E o que me faz compartilhar com vocês esses meus questionamentos são fatos que vivi e nada melhor do que trazer exemplos concretos, não é mesmo?
Esse vídeo abaixo possui mais de 3 milhões de visualizações mundo afora.
Com destaque em canais de fora do país, que me consideraram um dos melhores covers de Freddie Mercury do mundo (no primeiro link no top 7 entre vários cantores do mundo eu fui considerado como referência mundial), no entanto no meu país as pessoas nem sabem da minha participação nesse realities, pois até hoje não entendi por que fui tirado do programa sem nenhuma justificativa…
Eu havia enviado dois vídeos, mas o primeiro link está fora do ar! Alguém tem alguma resposta aí? Porque continuo sem entender. Bom, só espero que um dia eu possa entender antes do vídeo do segundo link ser tirado do ar também. Não é interessante para esse sistema reconhecer essa falha principalmente quando se trata de um artista preto. Sabemos que essa falha continua alicerçando o racismo estrutural. Aproveito e deixo aqui meu convite para um bate papo mais profundo acerca deste assunto: A valorização da cultura afro. Enquanto isso fico por aqui com uma última pergunta. Quando os artistas brasileiros pretos serão reconhecidos por suas habilidades e competências? Pois é inegável que no nosso país artistas mesmo que reconhecidos internacionalmente em programas de abrangência nacional, porém manipulados, são invisibilizados.
2. Você pretende lançar algum álbum no próximo ano, ou vai seguir com foco na carreira de apresentador?
Essa pergunta instiga minha curiosidade, chega ser engraçado quando me fazem esse tipo de pergunta sem refletir sobre o peso da obrigatoriedade de ter que haver um foco numa sociedade que a cada dia que passa com o avanço da tecnologia se torna multi. Aí eu me pergunto, por que que o artista precisa ter um único foco? Quando penso em foco logo me vem à lembrança do filho da empregada, que cresceu vendo meus pais se desdobrando pra pagar as contas, minha mãe era encarregada de limpeza, manicure e pedicure além de fazer os penteados das vizinhas que eram suas clientes, também vendia produtos de limpeza. Já meu pai trabalhou no antigo frigorífico Mouran (atual JBS), foi soldador e um dos mestres de obras na construção da linha azul do metrô inaugurada em 1972, depois se tornou um dos bombeiros que trabalhou no incêndio do edifício Joelma (1974), ambos começaram suas vidas trabalhando na roça desde os 5 anos de idade e só foram se alfabetizar e completar o segundo grau depois dos 40 anos.
É bem desafiador eu ter vivido e participado de boa parte desta dinâmica com meus pais.. UAU!! faz parte do meu DNA. E agora dizer pra vocês que eu vou focar numa única atividade, na minha vida e na minha carreira tudo sempre seguiu simultaneamente e poder parar com tudo nessa pandemia só serviu pra apurar e desenvolver mais as minhas habilidades e continuar seguindo em frente.
Pretendo lançar um álbum, recheado de música, arte e gastronomia. Vem novidades por aí, surpresa!! Enquanto isso, muitos movimentos por aqui! Participei no mês passado dia 19/10 do EnlightED 2021, de uma conferência mundial com o tema: “Superando lacunas educacionais para um mundo mais democrático, sustentável e justo”, organizado pela Fundação Telefônica Vivo, mediando a conversa com 3 grandes profissionais da área educacional: Débora Garofalo, Rosana Gás Condo e Luciano Meira conhecidos nacional e internacionalmente.
Além de mim, a Samara Filippo, Dira Paes, Celso Athayde e o Kondzilla participaram desse evento na sua primeira edição no Brasil e contou também com as ministras da educação da Espanha e do Equador e o tenista Rafael Nadal. Ser convidado pela Telefônica Vivo Espanha, pra falar de educação, tecnologia e cultura só reafirmou que minha intuição já me dizia sobre os próximos passos da minha carreira no futuro. Quer saber mais? Vem comigo!! acompanhem as novidades no meu Instagram.
3. Além dos palcos a gastronomia também está muito presente na sua vida, como você concilia todas essas atividades?
Só é possível conciliar todas essas atividades que são pra lá de dinâmicas porque antes de tudo amo meu trabalho e quando me dou conta estou totalmente envolvido e de repente o dia passou e tudo se encaixa! Lembra, “ as partes formam um todo” l?!” É como vejo e vivo, a gastronomia, cultura e arte se complementam é apaixonante! Tenho vivido isso em meus eventos, de forma mais abrangente, tenho proporcionado aos meus clientes serviços únicos e personalizados. Uma proposta artística que vai da cozinha ao palco!! Os eventos estão de volta e eu e minha equipe estamos aqui para proporcionar a todos vocês um evento único e memorável! Para saber mais @esdrasdelucia segue lá.
4. O que o Esdras está preparando de novidade para o próximo ano?
Muitas novidades vindo por aí! Nos últimos meses objetivei meus esforços para alinhavar as minhas habilidades tanto na gastronomia quanto na parte artística. Entre outras coisas, estou desenvolvendo um trabalho de pesquisa baseado na culinária brasileira que passa pela cultura indígena e pela cultura africana tão presentes e pouco respeitadas no nosso país. A pretensão é lançar no próximo ano e trazer ao público essa experiência com um toque especial também no universo literário / artístico cujo cunho será a valorização da cultura brasileira, das suas raízes voltadas para o público que vive a cultura e a arte em nosso país.