Paty Valente
Saltadora de high dive
Um grande salto para o sucesso.
Patrícia Valente é uma das grandes saltadoras do Brasil de high dive.
High dive é um dos esportes mais perigosos que existe, primo irmão dos saltos ornamentais, onde o atleta salta fazendo movimentos acrobáticos de uma altura de 20 metros para a competição feminina e 27 metros para o masculino.
Paty Valente, acaba de de classificar entre as top 10 do mundo se qualificando assim para o campeonato mundial que será realizado no próximo mês no Japão.
Como você chegou no high dive?
Paty – “Comecei na ginástica olímpica com 5 anos de idade, depois me tornei atleta profissional de ginástica olímpica por dez anos até conhecer o high dive em 2021 e desde então me apaixonei pelo esporte e comecei a me dedicar e competir.
Como foi sua 1a experiência saltando de 20 metros de altura e que salto vc fez?
Paty – ” Em 2007, eu estava na Alemanha em preparação, pois tinha acabado de assinar um contrato que começaria no mês seguinte na Holanda e tanto minha irmã, Jack, quanto a outra saltadora da equipe se lesionaram e eu tive que saltar no lugar delas. Meu primeiro salto foi um duplo de frente com meio parafuso.”
Além da coragem que vocês tem que ter para saltar de 20 metros de altura, que mais fez com que você chegasse onde chegou?
Paty – ” A minha determinação fez muita diferença, pois quando idealizo algo eu vou até o fim e me dedico cem por cento para alcançar meu objetivo. Tudo , até hoje, que eu busquei fazer, me dei a oportunidade, me arrisquei sem espectativa mas dando sempre o meu melhor. “
Saltar de 20 metros é uma grande emoção, nos fale mais alguma emoção que você teve na sua carreira de saltadora?
Paty – “Foi poder saltar ao lado da minha irmã, Jack , em um campeonato mundial que ela já havia sonhado com isso anteriormente. Acho que foi a maior emoção, apesar de que atleta vive de emoções, dia apos dia e todo fim de prova eu choro de alegria por dever cumprido. “
Seria muito bom se todo atleta vivesse do de emoções mas também há decepções que faz parte do processo. O que você poderia nos dizer neste quesito?
Paty – ” Minha maior decepção, dentro do esporte,
é não ter local para que eu possa me preparar para competir em alto nível, pois só há 4 lugares no mundo com plataforma de high dive e também temos muita dificuldade financeira para poder fazer intercâmbio e nos preparar para os campeonatos. “
Quando se fala de saltos ornamentais não podemos deixar de citar os aqualoucos, em algum momento vc cometeu algum erro que se tornou em uma cena engraçada?
Paty – “Pelo incrível que parece, eu e minha irmã, juntas, fomos fazer um salto sincronizado que finalizaria de cabeça e como nós ginastas estamos acostumados a finalizar sempre em pé, neste dia as duas sincronizaram uma queda de costas tornando a cena muito engraçada. “
Qual sonho você ainda espera realizar como atleta?
Paty – ” Um dos meus sonhos está prestes a ser realizado pois neste mês estou indo para o Japão competir o mundial e outro a ser realizado é de poder ser membro do REDBULL CLIFF DIVING junto com minha irmã e viajar o mundo todo fazendo show.”
É fato que a competição de high dive é muito recente o que dificulta a prática. Este é o único fator que atrapalha a preparação de vocês?
Paty – “Sem dúvida alguma é o maior problema pois a falta de equipamento faz com que eu me prepare bem fisicamente mas na parte técnica não, pois treinar de dez metros e depois saltar de vinte metros muito próximo da data da competição faz com que o corpo sinta o impacto de entrada nos lesionando periodicamente. “
Essa falta de estrutura já fez com que você pensasse em desistir?
Paty – “honestamente, todos os dias penso em desistir devido a dificuldades, pois não é um esporte fácil e sim muito perigoso e qundo vejo tudo que sofro para chegar onde quero, desanima, mas o desejo e a vontade de vencer e alcancar meus sonhos acaba superando todos os obstáculos. “
Quem foram seus maiores incentivadores?
Paty – “Minha família toda sempre me incentivou muito e a Jack principalmente sempre me inspirou a seguir seus passos e me tornar a chegar onde cheguei. A minha técnica, Andreia Boheme, me da muita segurança por sua qualidade técnica para fazer o que eu faço e também meus amigos me dão muito apoio para que eu possa vencer essa baralho diária.”
Qual o maior desafio nesta caminhada de uma grande vencedora?
Paty – “Como minha irmã sempre me disse e hoje estou começando a entender é que tenho condições de fazer saltos mais difíceis e isso tá me tornando uma saltadora mais destemida e corajosa para alcançar um nível mais elevado. “
Se você tivesse apenas 45 dias de vida, o que você faria?
Paty – “Mesmo não tendo certeza se ainda temos 45 dias de vida, buscaria minha felicidade ao lado das pessoas que eu gosto e me fazem bem.”
@patyavalenteh um